A música árabe eletrônica ganha cada vez mais espaço em clubes e festivais pelo mundo, celebrando sua complexidade e o LGBTQIA+ em oposição ao pragmatismo do techno.
Uau, que texto! E totalmente em sintonia com o que eu ando consumindo por aqui. Pensei também na música brasileira que, por muito tempo, foi bem renegada pelos mais jovens e hoje estamos todos fechando os olhos enquanto nos deixamos levar por "Cantico Brasileiro", da Maria Rita Stumpf, remixada pelo Carrot Green. Eu amo sons arabescos, acho até que ele ressurgiu de um lugar bem colonizado (pensando no quanto achavam "cringe" anteriormente) no início, ou seja, nas mãos de djs brancos do norte do globo que colocaram as sonoridades do Oriente Médio no deep house e tem gente até que chama "música estilo Burning Man, sabe?". Mais colonizado do que isso? Mas enfim, pensando mesmo no Brasil em como fomos abraçando a música brasileira e conhecendo novos (velhos) artistas através de gringos que começaram a colocá-los para tocar nas festinhas nos 4 cantos do planeta, o caminho se inverteu e, nós brasileiros, começamos a resgatar essa história que não prestávamos a menor atenção. E, amo ver hoje aqui em Berlim o "arabismo" (como eu chamo) tomando conta das pistas. Arkaoda, Gretchen e tantos outros cantos!! E graças à você, acabei de ver que o TootArd vai tocar aqui no mês que vem! :) Não conhecia, obrigada pela indicação.
A Deena é uma mulher do além, né? Acabei de voltar do Sónar e ela e o Ryoji Ikeda foram os dois artistas que mais amei ver. Eu tinha visto a Deena no Sónar, em 2019, e depois em Berlim, mas MEUDEUSDOCÉU, que show mais lindo foi esse que vi (provavelmente o que vc deve ter assistido no Rewire). Ainda estou aqui sob efeito sonoro dela.
Quando estiver em Berlim, dá alô! Quem sabe vamos para uma festinha arabesca? Bjs (desculpa o textão).
Concordo com você, acredito que o Brasil tem um movimento parecido, mas podia aprender muito, mas muito com árabes. Somos menos em números na diáspora na Europa, mas seria tão lindo um levante estético desse. Na minha opinião, o funk, o pagodão baiano, o brega, é bem mais a onda do que Carrot Green. Até Maga Bo já apontou caminhos com techno macumba. Vamos sair em Berlin sim! Beijos
Super concordo sobre esses outros estilo, em especial o funk que está bombando em todos os cantos (o que teve de artista gringo tocando funkao em sets no sonar!). Foi só uma costura meio longe o carrot green por conta do público que passou a ouvir música brasileira e não ouvia. Bjs
Uma dúvida honesta, descolonizar o techno não passa também por reconhecer e valorizar o que é produzido e tocado fora do território europeu / estadunidense? Quando trouxe a idéia de que falta uma movimentação de Produtores e DJs brasileiros para o norte global entendi que foi reforçado que só o que é consumido nesses espaços tem relevância e merece destaque. Sinto - enquanto paulistana e frequentadora da noite LGBTI+ há anos - que o levante estético brasileiro no clubismo já aconteceu há anos e está em sua terceira ou quarta onda, isso ganha contornos ainda mais fortes quando incluímos no bolo as boates e festas de fora do eixo Rio-SP - e que só não foi mais sequestrado pelos DJs de fora pq eles ainda não assimilaram nossa sonoridade e nosso balanço como assimilaram a árabe após séculos de trocas culturais. Apenas um pensamento para seguir a conversa que me interessou demais :)
oi Maíra, eu não sei se eu entendi seu ponto. Acho que estamos falando de duas coisas diferentes. Estou falando de identidade e estética, de inserção de ritmos, gêneros e formas musicais que estão apontando pra outros caminhos diferentes do bate estaca 4X4 de 133bpm do techno, e não de conclamação no Hemisfério Norte. Isso acaba acontecendo lá e ganhando destaque por conta da diáspora árabe estar na Europa e lá também estarem os recursos e os maiores festivais e distribuidoras. Não propus em nenhum momento do texto que brasileiros deviam se movimentar para o Hemisfério Norte... só dar uma lida com atenção... o que eu gosto é do orgulho árabe redescoberto na imigração, de sua própria música. Um beijo
oi vivian! me deparei com a complexidade desse mundo através do teu texto. desde então, tenho escutado tua playlist e partindo dela como quem tem um portal pra esse universo lindo e energizante bem em frente. de fato é o que eu sinto. é muita alegria quando nos deparamos com algo assim, e por isso, muito obrigada pelo ato de compartilhar!
Acho a reflexão sobre a abertura do clubismo para linguagens sonoras que extrapolam o norte global importantíssima! Muito obrigada pela discussão e referências que compartilhou no seu texto <3
que bela edição, parabéns. tomei conhecimento da sua newsletter ontem por um amigo e já amei. também mantenho uma newsletter sobre musica eletronica e rolezinhos.
Uau, que texto! E totalmente em sintonia com o que eu ando consumindo por aqui. Pensei também na música brasileira que, por muito tempo, foi bem renegada pelos mais jovens e hoje estamos todos fechando os olhos enquanto nos deixamos levar por "Cantico Brasileiro", da Maria Rita Stumpf, remixada pelo Carrot Green. Eu amo sons arabescos, acho até que ele ressurgiu de um lugar bem colonizado (pensando no quanto achavam "cringe" anteriormente) no início, ou seja, nas mãos de djs brancos do norte do globo que colocaram as sonoridades do Oriente Médio no deep house e tem gente até que chama "música estilo Burning Man, sabe?". Mais colonizado do que isso? Mas enfim, pensando mesmo no Brasil em como fomos abraçando a música brasileira e conhecendo novos (velhos) artistas através de gringos que começaram a colocá-los para tocar nas festinhas nos 4 cantos do planeta, o caminho se inverteu e, nós brasileiros, começamos a resgatar essa história que não prestávamos a menor atenção. E, amo ver hoje aqui em Berlim o "arabismo" (como eu chamo) tomando conta das pistas. Arkaoda, Gretchen e tantos outros cantos!! E graças à você, acabei de ver que o TootArd vai tocar aqui no mês que vem! :) Não conhecia, obrigada pela indicação.
A Deena é uma mulher do além, né? Acabei de voltar do Sónar e ela e o Ryoji Ikeda foram os dois artistas que mais amei ver. Eu tinha visto a Deena no Sónar, em 2019, e depois em Berlim, mas MEUDEUSDOCÉU, que show mais lindo foi esse que vi (provavelmente o que vc deve ter assistido no Rewire). Ainda estou aqui sob efeito sonoro dela.
Quando estiver em Berlim, dá alô! Quem sabe vamos para uma festinha arabesca? Bjs (desculpa o textão).
Música Burning Man ou techno Buddha Bar! Hahaha
Concordo com você, acredito que o Brasil tem um movimento parecido, mas podia aprender muito, mas muito com árabes. Somos menos em números na diáspora na Europa, mas seria tão lindo um levante estético desse. Na minha opinião, o funk, o pagodão baiano, o brega, é bem mais a onda do que Carrot Green. Até Maga Bo já apontou caminhos com techno macumba. Vamos sair em Berlin sim! Beijos
Super concordo sobre esses outros estilo, em especial o funk que está bombando em todos os cantos (o que teve de artista gringo tocando funkao em sets no sonar!). Foi só uma costura meio longe o carrot green por conta do público que passou a ouvir música brasileira e não ouvia. Bjs
Uma dúvida honesta, descolonizar o techno não passa também por reconhecer e valorizar o que é produzido e tocado fora do território europeu / estadunidense? Quando trouxe a idéia de que falta uma movimentação de Produtores e DJs brasileiros para o norte global entendi que foi reforçado que só o que é consumido nesses espaços tem relevância e merece destaque. Sinto - enquanto paulistana e frequentadora da noite LGBTI+ há anos - que o levante estético brasileiro no clubismo já aconteceu há anos e está em sua terceira ou quarta onda, isso ganha contornos ainda mais fortes quando incluímos no bolo as boates e festas de fora do eixo Rio-SP - e que só não foi mais sequestrado pelos DJs de fora pq eles ainda não assimilaram nossa sonoridade e nosso balanço como assimilaram a árabe após séculos de trocas culturais. Apenas um pensamento para seguir a conversa que me interessou demais :)
oi Maíra, eu não sei se eu entendi seu ponto. Acho que estamos falando de duas coisas diferentes. Estou falando de identidade e estética, de inserção de ritmos, gêneros e formas musicais que estão apontando pra outros caminhos diferentes do bate estaca 4X4 de 133bpm do techno, e não de conclamação no Hemisfério Norte. Isso acaba acontecendo lá e ganhando destaque por conta da diáspora árabe estar na Europa e lá também estarem os recursos e os maiores festivais e distribuidoras. Não propus em nenhum momento do texto que brasileiros deviam se movimentar para o Hemisfério Norte... só dar uma lida com atenção... o que eu gosto é do orgulho árabe redescoberto na imigração, de sua própria música. Um beijo
(ah, e segunda tem acid arab lá no gretchen! <3)
oi vivian! me deparei com a complexidade desse mundo através do teu texto. desde então, tenho escutado tua playlist e partindo dela como quem tem um portal pra esse universo lindo e energizante bem em frente. de fato é o que eu sinto. é muita alegria quando nos deparamos com algo assim, e por isso, muito obrigada pelo ato de compartilhar!
Amanda muito obrigada pela mensagem tão gentil, viro criança <3
Acho a reflexão sobre a abertura do clubismo para linguagens sonoras que extrapolam o norte global importantíssima! Muito obrigada pela discussão e referências que compartilhou no seu texto <3
que bela edição, parabéns. tomei conhecimento da sua newsletter ontem por um amigo e já amei. também mantenho uma newsletter sobre musica eletronica e rolezinhos.